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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Teorias conspiratórias existem aos montes desde o início da civilização. Algumas bizarras, outras até que coerentes. Mas todas têm uma coisa em comum: não podem ser comprovadas. Se pudessem, não seriam boas conspirações. Partindo deste princípio, o roteirista Brian Helgeland defende e justifica a paranóia do taxista Jerry Fletcher, personagem central de Teoria da Conspiração, vivido por Mel Gibson.

Confesso que, por preconceito, tive um pouco de resistência às primeiras cenas de Gibson. Achava sua interpretação forçada e infantilizada demais para o papel. Mas, à medida que o filme rolava e a verdade vinha à tona, tudo que Gibson construiu parecia se encaixar perfeitamente. Neste filme ele contracena com duas jóias raras do cinema. A primeira é Julia Roberts. Na minha modesta opinião, uma das maiores atrizes de toda história do cinema. Nunca vi tantas qualidades reunidas numa só mulher: beleza, carisma, interpretação, humildade, verdade! Na outra ponta, o veterano e experiente Patrick Stewart completa a trama e a partir daqui fica difícil entrar em detalhes. Vamos dizer apenas que ele é o principal "suspeito". Mas não podemos esquecer que estamos falando de conspirações e, como elas sempre andam em duas mãos, muitas surpresas e reviravoltas estão presentes em toda a trama.

Sinto-me incapaz de falar mais de Teoria da Conspiração sem entregar algum detalhe importante do enredo e estragar todo o filme. Só me resta dizer que é um dos suspenses mais bem amarrados que já assisti, com uma boa dose de tensão e, de vez em quando, deliciosas pitadas de humor (típicas em filmes de Richard Donner). Recomendo a todos que assistam esse verdadeiro filmaço!

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
(Conspiracy Theory)


Lançamento: 1997 (EUA)
Direção: Richard Donner
Elenco: Mel Gibson, Julia Roberts, Patrick Stewart, Cylk Cozart, Terry Alexander, George Aguilar, Steve Kahan, Brian J. Williams e Sean Patrick Thomas
Gênero: Suspense

SINOPSE:
Em Nova York, Jerry Fletcher é um motorista de taxi que critica o governo e fala sempre da existência de uma conspiração envolvendo altos escalões. Ele ama Alice Sutton, uma mulher que ele observa à distância e que ironicamente trabalha para o governo. Porém, nela Jerry acredita, tanto que faz alvoroço no Departamento de Justiça para falar com Alice, mas ninguém lhe dá atenção sobre suas teorias, que envolvem alienígenas e assassinatos. No entanto, ele escreveu algo em seu jornal (com apenas 5 assinantes) que alguém acreditou, pois decidiram matá-lo de qualquer jeito.


Trailer de Teoria da Conspiração (1997)


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PIRANHA

Aviso aos adultos: Não deixem suas crianças assistirem filmes de terror. Elas só vão se assustar e não vão aproveitar nada mais do filme.

Aviso às crianças: Se vocês, por acaso, assistirem algum filme de terror, não assistam novamente quando crescerem. Poderão se desiludir.

Aconteceu comigo. Quando assisti Piranha pela primeira vez, por volta dos três ou quatro anos de idade, minha impressão era de ter visto algo tão assustador quanto "Poltergeist". Hoje, 25 anos depois, assisto novamente e vejo algo tão bizarro quanto "Gremlins". Dá até pra ver uma espécie de parente alienígena do Gizmo na cena do laboratório. Creio que o diretor Joe Dante já estava com essa idéia na cabeça. Vejam:



O roteiro de John Sayles era uma verdadeira piada, com algumas gags dignas de Didi Mocó. Talvez, por isso, o IMDB também o classifique como comédia. Mas uma coisa não podemos negar, é um cult que todos devem assistir pelo menos uma vez para aprender como fazer boas cenas de suspense. Definitivamente não se faz mais suspense como antigamente e, apesar dos pesares, Piranha tem seqüências que ainda tiram o nosso fôlego. Acho muito mais aterrorizante as mortes sugeridas com gritos, sombras e silhuetas, do que retalhamentos on screen como os usados nos filmes do gênero "O Albergue" (que também gosto, mas por outras razões). Não digo que Piranha não tenha seqüências explícitas como essas, mas são cenas moderadas, suficientes para sentirmos as mordidinhas finas desses peixinhos aterrorizantes. Mais do que isso iria entregar toda a manipulação dos bonecos-peixes, e tudo poderia virar um Muppet Show.

Uma curiosidade são as claras (e várias) referências a outro clássico do horror norte-americano: "Tubarão". Isso é tão evidente em várias cenas do filme, que os produtores de Piranha chegaram a ser processados por plágio. Mas o processo foi cancelado, visto que Spielberg considera Piranha a cópia mais bem feita que fizeram de seu filme de 1975. Só tem uma coisa que eu não entendo. Como é que Hollywood, sempre com uma grande inclinação a promover duelos entre seus monstros, nunca lançou um "Tubarão vs. Piranha"? O gancho existe. Afinal, o cardume, melhorado geneticamente para sobreviver em água salgada, teria alcançado o oceano. Mas, como disse a Dra. Mengers, "não há nada para temer".

PIRANHA
(Piranha)

Lançamento: 1978 (EUA)
Direção: Joe Dante
Elenco: Bradford Dillman, Heather Menzies, Kevin McCarthy, Keenan Wynn, Dick Miller, Barbara Steele, Belinda Balaski e Bruce Gordon
Gênero: Terror

SINOPSE:
Maggie McKeown é uma investigadora contratada para descobrir o paradeiro de Barbara Randolph, que desapareceu junto com David. Ela viaja pelos locais em que os dois estiveram até chegar na casa de Paul Grogan, que vive em um acampamento de verão junto com sua filha Suzie. Incentivado por Maggie, Paul passa a investigar um complexo militar existente ao lado do local. Lá eles descobrem um laboratório onde estão diversos animais bizarros, perto de uma lagoa artificial. Ao escoar a água do local eles encontram os esqueletos de Barbara e David. É quando conhecem o dr. Robert Hoak, que revela que o local abrigava piranhas mutantes, criadas para serem usadas como arma na Guerra do Vietnã. Agora soltas, elas começam a fazer seguidas vítimas.


Trailer de Piranha (1978)


quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A REDE SOCIAL

Você não consegue 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos.

Com um slogan desses e uma identidade visual pra lá de sugestiva, já pensamos de cara que há algo de muito podre no reino do Facebook, fundado pelos jovens e (atualmente) bilionários Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin. Mas não podemos nos alienar por uma campanha como essa e achar que A Rede Social cumpre a tarefa de desmascarar os bastidores da criação do website mais acessado do mundo.

O roteiro de Aaron Sorkin é fielmente adaptado do livro "Bilionários por Acaso" de Ben Mezrich, por sua vez baseado em entrevistas e documentos reais - em grande parte prestados por Saverin, apenas um dos lados da moeda. Mezrich, com base nesse material e nesse único ponto-de-vista, criou uma ficção recheada de intrigas e traições, mas pouco conclusiva (visto que parte dos processos movidos contra Zuckerberg ainda estão em andamento). Vale lembrar que, obviamente, Zuckerberg não aprovou nem o livro, muito menos o filme. Portanto, não podemos analisar A Rede Social como um filme baseado em fatos reais, já que esses "fatos" vieram apenas de Saverin, o sócio-minoritário. O resultado é claro e previsível: Saverin é a vítima e Zuckerberg é o vilão.

Mas, pensando exclusivamente como uma obra de ficção, temos um filme muito interessante em cartaz atualmente e apontado como um dos principais de 2010. É curioso ver, talvez pela primeira vez, nerds e mauricinhos (que antes protagonizavam comedinhas e suspenses adolescentes) sendo agora o centro das atenções neste drama envolvente dirigido por David Fincher. Sem sombra de dúvida, é a vez da geração Y, e isso pode apontar uma nova tendência na dramaturgia (assim espero).

Com um diálogo ágil, detalhista e, por vezes, confuso, A Rede Social pode assustar ou distanciar o espectador no começo. Principalmente no prólogo, onde uma simples discussão de relacionamento entre o protagonista e sua namorada chega a parecer uma conversa em sala de bate-papo, de tantos assuntos colocados em pauta em tão pouco tempo. Mas logo entendemos que esse, na verdade, é o ritmo de Zuckerberg (num trabalho impecável de Jesse Eisenberg) e nos acostumamos prontamente a acompanhar a cabecinha acelerada deste protagonista em sua saga.

Logo depois dele tomar um pé-na-bunda daqueles bem merecidos, uma idéia surge em sua cabeça e os créditos iniciais aparecem na tela, enquanto ele volta ao campus de Harvard e a trilha, sabiamente sustentada em uma nota durante todos os créditos, "cozinha" a idéia de Zuckerberg até que seja finalmente descarregada em seu computador, originando o machista e "bulínico" (se é que existe essa palavra) Face Mash, um website voltado para avaliar os quesitos físicos das alunas de Harvard. A partir de então, entendemos que na verdade o que move seus pensamentos e atitudes durante todo o filme é a sua carência e frustração em relação às mulheres, em especial, sua ex-namorada. A maior prova disso está na cena final, onde Zuckerberg seis anos mais tarde e alguns bilhões de dólares mais rico, se preocupa apenas em adicionar sua ex no seu perfil do Facebook e termina o filme atualizando a página para ver se já teve resposta.

No miolo, é claro, vemos todo o processo de criação do Facebook e o relacionamento de Zuckerberg com seus co-criadores, em especial o brasileiro Eduardo Saverin, interpretado por Andrew Garfield. Aqui abro um parêntesis bem bairrista: com tantos atores bons brasileiros (alguns reconhecidos internacionalmente, como o Rodrigo Santoro) por que raios pegaram um americano??? E fecho meu parêntesis bairrista dizendo que Garfield está muito bem no papel. Talvez um pouco latinizado demais, e nem precisava já que o perfil do verdadeiro Saverin está longe do latino. (Mas seu sotaque inglês tupiniquim continua até hoje, e por isso sustento que deveriam ter chamado um brasileiro. hehehe)

Como disse no início do post, é claro que o duelo principal está entre o "vilão" Zuckerberg e o "mocinho" Saverin. E, partindo deste ponto-de-vista, temos aliados nesse cabo-de-guerra. Ao lado de Zuzkerberg, outro "vilão" que aparece é Sean Parker, co-fundador do polêmico Napster, numa interpretação convincente e irritante de Justin Timberlake. Talvez a melhor escolha do casting porque o próprio Timberlake (por seus trabalhos musicais anteriores) já tem uma presença cênica irritante e seu papel caiu feito uma luva. Contra Zuckerberg, e não exatamente do lado de Saverin, temos os "mocinhos" gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, vividos pelo belo e loiro Armie Hammer, os dois mauricinhos que encomendaram de Zuckerberg uma rede social para Harvard, a tal rede que teria servido de inspiração para o Facebook. Aqui temos um bom exemplo da conseqüente inversão de papéis que aparece nesta época de geração Y, pois os mauricinhos (outrora galãs) agora se resumem a uma espécie de "louros-burros", sendo os primeiros a supostamente "levar uma rasteira" de Zuckerberg. Enquanto o nerd esperto enche os bolsos de dinheiro e chama a atenção da mulherada, os loirinhos ainda acreditam que ele apenas esteja ocupado trabalhando em sua encomenda, e dedicam seu tempo e (poucos) neurônios única e exclusivamente à prática do remo. E quem abre os olhos deles é um (pasmem!) indiano. Uma das cenas mais curiosas do filme é esta seqüência dos loirinhos remando, remando, sempre para trás, e... perdendo!



Ironias como esta estão presentes em todo o filme e fazem de A Rede Social talvez não um filme excepcional, mas certamente uma referência que pode (e deve) ser marcada em toda a história do cinema. Imperdível!

A REDE SOCIAL
(The Social Network)

Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: David Fincher
Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Armie Hammer, Justin Timberlake, Bryan Barter, Rooney Mara e Malese Jow
Gênero: Drama

SINOPSE:
Em uma noite de outono em 2003, Mark Zuckerberg, analista de sistemas graduado em Harvard, se senta em seu computador e começa a trabalhar em uma nova idéia. Apenas seis anos e 500 milhões de amigos mais tarde, Zuckerberg se torna o mais jovem bilionário da história com o sucesso da rede social Facebook. O sucesso, no entanto, o leva a complicações em sua vida social e profissional.


Trailer de A Rede Social (2010)


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SOCIEDADE SECRETA III

Sempre me interessei por sociedades secretas. Acho fascinante o mistério que circunda seus rituais, provas, hierarquia, relacionamentos... Por esta razão estava ansioso para assistir Sociedade Secreta III. Não lembro de ter visto o segundo da série (se vi, não gostei e apaguei da memória) mas lembro muito bem de ter visto e gostado do primeiro.

Tanto que não me incomodei com o elenco fraco nos primeiros 20-30 minutos de filme (o primeiro da série também era fraco nesse quesito). Mas meu anseio foi por água abaixo a medida que a trama se desenrolava na minha frente, com um roteiro mais previsível que uma novela mexicana. Pronto. Sem roteiro e sem elenco para me pegar, tive de abraçar mesmo a única razão que me fez assistir esse filme: a sociedade secreta The Skulls, claramente inspirada na sociedade real Skull & Bones, fundada no século XIX por alunos da Universidade de Yale. Mas até nisso o filme deixa a desejar, focando sua ação na "heroína" que quer mostrar que "mulher também pode", ao invés de concentrar-se na própria sociedade.

A tal da protagonista se chama Taylor Brooks e é representada pela péssima Clare Kramer. Sem brincadeira, a interpretação de Kramer chega a me lembrar a comediante Anna Faris (da série "Todo Mundo em Pânico"), de tão canastrona que é. Aliás, o elenco todo de Sociedade Secreta III é canastrão e parece ter saído daquelas produções eróticas que são exibidas no Telecine Action.

O roteiro é totalmente ilógico, traindo a personalidade de seus personagens e usando de velhos truques do estilo "as aparências enganam" para sustentar seu "suspense". Não vou estragar o final, mas quem assistir vai me entender (principalmente quando chegar na última cena).

Sem mais para o momento, pois este também será apagado da memória. Péssimo!

SOCIEDADE SECRETA III
(The Skulls III)

Lançamento: 2003 (Canadá)
Direção: J. Miles Dale
Elenco: Clare Kramer, Bryce Johnson, Barry Bostwick, Steve Braun, Karl Pruner, Dean McDermott, Maria del Mar, Brooke d'Orsay e Shaun Sipos
Gênero: Suspense

SINOPSE:
O irmão da bela estudante Taylor Brooks morreu violenta e misteriosamente. Mas a garota se recusa a acreditar em acidente. Ela desconfia que a causa da morte de seu irmão esteja dentro da Skull, uma misteriosa irmandade secreta que só aceita homens como membros. Assim, Brooks resolve pressionar cada vez mais as autoridades da Universidade, conseguindo, por fim, ingressar na Skull e participar de seus satânicos rituais. É neste lugar sombrio e perigoso que a garota terá de voltar às suas lembranças e superar seus próprios medos para responder a todas as suas inquietantes perguntas.


Trailer de Sociedade Secreta III (2003)


domingo, 26 de dezembro de 2010

GAROTO CÓSMICO

Como vem bomba por aí, antes de mais nada vou listar alguns bons motivos para assistir Garoto Cósmico:

1. É um longa de animação genuinamente brasileiro, feito por uma equipe pequena, mas muito competente. É inegável a qualidade na animação de todos os personagens e cenários do filme, e quase tudo feito a mão!
2. Primeiro trabalho de Raul Cortez como dublador, e último de sua carreira.
3. Excelente trabalho musical do compositor Gustavo Kurlat, com algumas canções interpretadas por Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata e Belchior, e outros números instrumentais de uma criatividade belíssima.
4. O roteiro é um "tapa com luva de pelica" na automatização provocada pelos avanços tecnológicos.

Por todos os prós listados acima, deveria dizer que é obrigatório assistir esse desenho animado. Nem que fosse pelo menos para incentivar a produção nacional deste gênero.

Mas, como nem tudo são flores, vamos aos contras. Garoto Cósmico tem um grave problema de ritmo que transforma seus 77 minutos de duração numa eternidade quase insuportável. Eis algumas razões:

O diretor e roteirista Alê Abreu, grande responsável por essa obra, é excelente em ilustração e animação. Mas deixa (muito) a desejar em roteiro e interpretação. Seu roteiro tem falhas graves ao negar a tecnologia (que ele mesmo usou para a produção deste longa, visto que todo o processo a partir da arte-final foi feito em computador) e confrontá-la com elementos ultrapassados e distantes do universo infantil (e do adulto também), como gramofones e realejos.

Outro problema grave é o processo de criação deste filme. Normalmente, numa animação, a primeira coisa a fazer é gravar as vozes de todos os personagens centrais em estúdio, com a devida direção, já que são eles que sustentarão a trama. Depois disso que é feita toda a animação propriamente dita. Alê Abreu parece seguir o caminho inverso, desenhando e animando todo o filme, para que depois o elenco (literalmente) encaixasse suas vozes. Este método ultrapassado foi usado em longas como "Branca de Neve e os Sete Anões" e compromete todo o ritmo do filme, deixando o elenco engessado numa fôrma, sem muito espaço para criar e salvar a obra.

Além disso, Alê Abreu bem que poderia dividir sua direção com alguém mais competente em interpretação e que realmente entendesse de criança. Dirigir elenco de dublagem é para poucos, e estes poucos devem, antes de mais nada, entender de direção de ator. Fazer qualquer trabalho direcionado ao público infanto-juvenil exige conhecimento total sobre a criança e seu ritmo, o que agrada e o que não agrada, sob pena de ter seus pequenos (e importantes) pimpolhos correndo feito loucos pelos corredores do cinema durante toda a sessão. Pois ele não possui nenhum desses talentos e, por essa razão, Garoto Cósmico resulta num desenho chato e fadado ao esquecimento. Uma pena.

GAROTO CÓSMICO
(Garoto Cósmico)


Lançamento: 2007 (Brasil)
Direção: Alê Abreu
Elenco: Aleph Naldi, Bianca Rayen, Mateus Duarte, Raul Cortez, Wellington Nogueira, Márcio Seixas, Vanessa da Mata, Belchior e Melina Anthis
Gênero: Animação

SINOPSE:
Cósmico, Luna e Maninho vivem em um mundo futurista, onde as vidas são inteiramente programadas. Uma noite eles se perdem no espaço, enquanto buscam obter mais pontos para ganhar um bônus na escola. Eles então descobrem um universo infinito, esquecido num pequeno circo, onde vivem novas experiências.





Trailer de Garoto Cósmico (2007)


sábado, 25 de dezembro de 2010

A LENDA

Mais um filme cult dos anos 80 que eu levei 25 anos para assistir. Mas dessa vez sinto que não perdi muita coisa...

Trata-se de A Lenda, um filme de fantasia dirigido por Ridley Scott (que nessa altura já havia feito "Alien" e "Blade Runner") e estrelado por um Tom Cruise bem jovenzinho e por Mia Sara (mais conhecida como a namoradinha de Farris em "Curtindo a Vida Adoidado"). Um casal de protagonistas nos moldes de qualquer casalzinho de filmes do gênero. Nem bons, nem ruins. Apenas cumprem seus papéis. Assim como o antagonista Tim Curry, excelente em outros trabalhos mas um pouco aquém neste, por trás de uma grotesca máscara de demônio. Aliás, seus melhores trabalhos sempre foram papéis antagonistas (e aqui deixo uma dica para conferirem "Rocky Horror Picture Show" e "It - Uma Obra-Prima do Medo").

Mas quem rouba todas as cenas do filme é um garoto chamado David Bennent no papel do elfo Gump. Depois tive uma surpresa, quando soube que ele foi dublado o filme inteiro pela atriz Alice Playten (que no mesmo filme faz o duende Blix). Ainda mais surpreso fiquei quando descubro que Bennent nasceu em 1966, ou seja, tinha 19 anos quando fez Gump!!! Realmente não parece!!!! Ou foi um erro do IMDB ou foi um grande feito neste filme (e aí eu começo a rever minhas opiniões sobre ele). De qualquer forma, parece uma criança em cena e, dublado ou não, realiza um trabalho lindo! Vejam uma cena:



A Lenda tem cenas de um visual belíssimo com efeitos especiais que enchem os olhos de qualquer espectador, adulto ou criança. Não devemos esquecer, é claro, que é um filme de 25 anos atrás. Não dá para comparar seus efeitos com os atualmente vistos em "Harry Potter" ou "O Senhor dos Anéis".

Agora, por que então eu sinto que não perdi muita coisa nesses anos todos? Porque já tô careca de ver filmes dessa época, com essa mesma pegada. Para citar alguns, "Labirinto - A Magia do Tempo" e "A História sem Fim". Também porque A Lenda não tem muito de original. Muitos elementos são chupados de contos-de-fadas e mitologia. De uma forma até plagiadora, em alguns casos. Basta ver a fadinha Oona e deduzimos claramente que Sininho perdeu seu emprego na Disney e foi bater na porta da Universal. E por fim, porque A Lenda, apesar de sua embalagem linda e cintilante (devem ter gastado uma nota de glíter!), resulta em um filme bobinho e sem-graça, indigno de Ridley Scott. Uma agüinha-com-açúcar tão enjoativa que só serviria mesmo para as Sessões da Tarde daquela época. Mas esta é só a minha modesta opinião.

A LENDA
(Legend)


Lançamento: 1985 (Inglaterra/EUA)
Direção: Ridley Scott
Elenco: Tom Cruise, Mia Sara, Tim Curry, David Bennent, Alice Playten, Billy Barty, Cork Hubbert, Peter O'Farrell, Kiran Shah e Annabelle Lanyon
Gênero: Fantasia


SINOPSE:
Numa floresta mística habitada por fadas, elfos, unicórnios e mortais, Jack é escolhido pelo destino para uma missão heróica. Ele tem que salvar uma linda princesa e derrotar o demoníaco Senhor das Trevas, ou o mundo será arremessado em uma eterna era do gelo.


Trailer de A Lenda (1985)


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

CAFUNDÓ

Começo esse post aconselhando os leitores que, antes de assistirem Cafundó, livrem-se de todos os seus preconceitos e filtros artísticos ou estéticos e deixem-se envolver pela história da vida de João de Camargo, vivido intensamente por Lázaro Ramos.

João de Camargo, para quem não conhece (eu não conhecia, visto que sou leigo em religiões afro-brasileiras), foi o fundador da Igreja do Bom Jesus do Bonfim das Águas Vermelhas. Ex-escravo, liberto pela Lei Áurea, trabalhou como militar, cozinheiro, trabalhador de lavoura, casou, foi chifrado, discriminado muitas vezes pela sua cor, perdeu a mãe na peste, comeu o pão que o diabo amassou, até que, num sonho, decide abdicar-se dos dogmas tradicionais (tanto brancos como negros) e criar o seu próprio, "fundado na água, na pedra, e na verdade". Passou a ser conhecido como Pai João ou Nhô João, santo popular, milagreiro e preto-velho.

O filme de Paulo Betti e Clovis Bueno começa, na minha modesta opinião, fraco e confuso. Eu explico a minha sensação. Os minutos iniciais são preciosos para envolver um espectador na trama que irá acompanhar pela próxima hora e meia. Mas em Cafundó eles não foram muito bem aproveitados tanto pelo roteiro como pela direção. Parece haver uma preocupação, por parte de seus criadores, em situar o espectador no período histórico, tentando retratar com alguma fidelidade o que estava acontecendo com o Brasil durante as primeiras décadas de vida de João. O problema é que muita coisa aconteceu naquela época e há pouco tempo de filme para tratar desse assunto, já que o que interessa mesmo é a biografia de João de Camargo. O resultado é uma série de saltos no tempo e cenas pouco críveis com dramaturgia rasa e didática. Por exemplo: Rosário, chegando em Sorocaba junto com João, pergunta indignada "Que desgraça é essa?" Um transeunte, total desconhecido da trama e de seus protagonistas, entra em cena e responde "É a peste. Todo dia leva um." Pode ser uma questão boba de gosto pessoal mas, a meu ver, é o tipo de cena em que uma boa imagem valeria mais que mil palavras.

Lá pelos 40-50 minutos de filme o diretor parece acertar a mão (ou somos nós que nos acostumamos a seu ritmo) focando a atenção no próprio João de Camargo e sua transformação espiritual. Destaco aqui a participação sublime de Flávio Bauraqui, como Exu, e sua química com Lázaro Ramos (eles já haviam trabalhado juntos no genial "Madame Satã"), numa cena que me fez lembrar da tentação de Cristo no deserto:



A partir daí, seguem cenas de uma teatralidade belíssima que nos fazem ter vontade de assistir tudo isso ao vivo, seja num palco ou numa encenação de rua. (Realmente ficaria linda uma montagem teatral de rua de Cafundó!) A paixão de Paulo Betti pelo projeto é presente e intensa em todo o filme (o ator/diretor chega a fazer três pontas) e isso, aliado ao belo trabalho de Lázaro Ramos, contribui positivamente para o sucesso da trama e de seu personagem, fazendo de Cafundó um filme que deve simplesmente ser visto, e não analisado. Perdoem-me.

CAFUNDÓ
(Cafundó)

Lançamento: 2005 (Brasil)
Direção: Paulo Betti e Clovis Bueno
Elenco: Lázaro Ramos, Leona Cavalli, Luís Melo, Flávio Bauraqui, Francisco Cuoco, Leandro Firmino e Milhem Cortaz
Gênero: Drama

SINOPSE:
João de Camargo viveu nas senzalas em pleno século 19. Após deixar de ser escravo, ele fica deslumbrado com o mundo em transformação ao seu redor e desesperado para viver nele. O choque é tanto que faz com que João tenha alucinações, acreditando ser capaz de ver Deus. Misturando suas raízes negras com a glória da civilização judaico-cristã, João passa a acreditar que seja capaz de curar e realmente acaba curando. Ele torna-se então uma das lendas brasileiras, popularizando-se como o Preto Velho.


Trailer de Cafundó (2005)


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

CHEGA DE SAUDADE

Você não vale nada mas eu gosto de você!

Não, eu não gosto de forró. Mas que esse verso tem um fundinho de verdade, isso tem. Começo o post com ele para destacar aquela que, novamente, aparece por aqui como personagem principal: a música. Pesquisada e selecionada com maestria pelo BiD, e interpretada boa parte por Elza Soares (na minha modesta opinião, a melhor crooner do Brasil) e Marku Ribas, é ela que conduz e envolve todo o baile que descrevo a seguir.

Como eu não sei incorporar música no blog, clique no link para ter um gostinho...

Antes de mais nada devo confessar que é inevitável comparar Chega de Saudade, de Laís Bodanzky, com "O Baile", de Ettore Scola. De forma não pejorativa, é claro. Nenhum substitui o outro. Cada qual consegue, na sua genialidade, beber e se banhar na fonte dos grandes bailes para contar suas histórias. Enquanto no francês o baile era mudo e pulsava os grandes episódios da história mundial entre os anos 30 e 80, o baile de Laís Bodanzky usa de algum texto e muita interpretação de qualidade para pulsar os pequenos episódios da vida de grandes personagens.

Boa parte do roteiro de Luiz Bolognesi nasceu ali, no salão de baile, com um elenco de apoio realmente freqüentador dos conhecidos "bailes da saudade". Esta foi a grande fonte de inspiração para que Bodanzky, com extrema sensibilidade, conduzisse o elenco principal em suas improvisações e atingisse a simplicidade e verdade que fazem desse filme uma pequena grande obra. Nomes de peso, como Tônia Carrero, Cássia Kiss, Betty Faria, Clarisse Abujamra, Stepan Nercessian, e tantos outros igualmente competentes e experientes, encabeçam as diversas tramas que acontecem neste salão. Mesmo as derrapadas dos iniciantes Paulo Vilhena e Maria Flor não atrapalham a grandeza desse filme, e são até perdoáveis, pois é judiação colocá-los lado-a-lado com seus colegas veteranos.

A fotografia de Walter Carvalho, que aproveita a própria iluminação do baile, está fantástica. A câmera, grande parte operada manualmente, assume um personagem na narrativa. A impressão que dá é que estamos realmente num grande baile, ouvindo e testemunhando várias cenas de amor, ciúme, traição, pequenas safadezas, VIDA.

CHEGA DE SAUDADE
(Chega de Saudade)


Lançamento: 2008 (Brasil)
Direção: Laís Bodanzky
Elenco: Tônia Carrero, Leonardo Villar, Betty Faria, Cássia Kiss, Stepan Nercessian, Clarisse Abujamra, Luiz Serra, Miriam Mehler, Jorge Loredo, Elza Soares, Marku Ribas, Paulo Vilhena e Maria Flor
Gênero: Drama



SINOPSE:
Um baile acontecerá em um clube de dança em São Paulo. Desde quando o salão abre suas portas, pela manhã, até seu fechamento ao término do baile, pouco após a meia-noite, diversos personagens rodeiam o local.





Trailer de Chega de Saudade (2008)


sábado, 18 de dezembro de 2010

ALIENS VS. PREDADOR 2

Por gentileza, alguém poderia me explicar qual é a lógica de Aliens vs. Predador 2? Sim, porque eu acompanhei a saga dos dois personagens (mais Alien do que Predador, é verdade) mas não consigo compreender a lógica desse filme. Ou melhor, não compreendo a lógica do Predador, para ser mais exato. Tudo bem que estamos falando de uma raça alienígena de tecnologia avançada, extremamente inteligente etc etc etc. Ora, mas ele não estava atrás de aliens que tinham caído acidentalmente na Terra com uma nave de predadores? Ele não eliminava todas as pistas de aliens e vítimas que encontrava (com aquela poçãozinha mágica que parecia do mesmo fabricante de "A Morte lhe Cai Bem")? Então, por que raios essa ANTA foi se meter com humanos???

Porque senão não haveria filme. É nessas horas que o melhor a se fazer é deixar cada monstrinho na sua série com o seu Schwarzenegger ou a sua "tenente" Weaver, e não tentar preencher o elenco (que precisa ser grande num filme como esse) com figurinhas que só prestam para as piores séries teen do mercado. Não preciso dizer que o roteiro é um lixo. Porém, mesmo sem lógica nenhuma, uma boa direção poderia salvar o filme. Bastava seguir a idéia dos cinco minutos iniciais, e manter o Predador única e exclusivamente atrás de seu atual alvo: o Alien. Destruindo tudo o que viesse pela frente, é claro, mas assim pelo menos não desvirtuaria de seu objetivo.

Mas é óbvio que isso não aconteceu. Não, pelo que eu pude enxergar. A péssima fotografia deixa tudo no escuro. Eu só fui perceber um "predalien" perto da cena final. Ah... a tão aguardada cena final. O confronto! Essa foi a cereja do bolo. Os estreantes irmãos Strause conseguiram reduzir dois grandes personagens da ficção científica a monstrinhos japoneses como os do "Jaspion" e do "Changeman"!

Sinceramente, prefiro os japoneses.

ALIENS VS. PREDADOR 2
(Aliens vs. Predator - Requiem)

Lançamento: 2007 (EUA)
Direção: Colin Strause e Greg Strause
Elenco: Steven Pasquale, Reiko Aylesworth, John Ortiz, Johnny Lewis, Ariel Gade, Kristen Hager, Sam Trammell, Robert Joy e David Paetkau
Gênero: Ficção Científica

SINOPSE:
Gunnison, uma pequena cidade localizada nas montanhas da área central do Colorado. Uma nave dos predadores aterrissa no local, mas os aliens que estavam escondidos nela conseguem matar a todos, com exceção de um. Para sobreviver ele precisará destruir todos os aliens remanescentes. Mas em meio a esta guerra há os humanos, residentes da pequena Gunnison, que assistem a esta batalha como vítimas e espectadores.


Trailer de Aliens vs. Predador 2 (2007)


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

DEBI & LÓIDE 2 - QUANDO DEBI CONHECEU LÓIDE

Falem bem, falem mal, mas eu amo comédias idiotas! Porém, sempre tive resistência com seqüências de filmes desse tipo pois tendem a cair na mesmice e, quando substituem os intérpretes originais, pronto: a bomba está completa! Portanto, por um bom tempo me recusei a assistir Debi & Lóide 2... até hoje.

E posso dizer que estava enganado. Claro, não me acrescentou nada. Mas me fez rir durante 85 minutos, e isso basta. Algumas gags se repetem, como era de se esperar, mas o roteiro é original e cabe perfeitamente para uma seqüência. Sobre a substituição de elenco, não tenho do reclamar. Eric Christian Olsen e Derek Richardson cumprem muito bem o seu papel nas idiotices que antes eram de Jim Carrey e Jeff Daniels, respectivamente. Aliás, os originais nem poderiam estar nesta seqüência, já que se trata de um retrocesso: na época do colegial, quando Debi conhece Lóide.

Debi & Lóide 2 é uma comédia rasa sim, mas leve e engraçada, de forma que recomendo a qualquer idade. O tipo de filme que me faria parar no controle remoto para assistir até o final.

DEBI & LÓIDE 2 - QUANDO DEBI CONHECEU LÓIDE
(Dumb and Dumberer: When Harry Met Lloyd)

Lançamento: 2003 (EUA)
Direção: Troy Miller
Elenco: Eric Christian Olsen, Derek Richardson, Luis Guzmán, Eugene Levy, Rachel Nichols, Mimi Rogers, Greg Bahrendt, Josh Braaten, Kevin Centazzo e Shia LaBeouf
Gênero: Comédia

SINOPSE:
Desde o começo, Lóide Christmas sabia que tinha encontrado um amigo para toda a vida em Debi Dunne. É o primeiro dia de aula no colégio e Debi, que sempre estudou em casa com a mãe, precisa de alguém para colocá-lo por dentro das coisas. Lóide, que mora no porão da escola com seu pai adotivo, o zelador da escola Ray, é simplesmente perfeito para isso. Ao fazerem sua entrada triunfal, eles sem querer caem na teia do corrupto diretor Collins e sua namorada, a funcionária da cantina Sra. Heller, que os escolhem como os primeiros alunos de uma suposta turma de adolescentes com "necessidades especiais", cujo verdadeiro objetivo é permitir que o casal coloque as mãos em 100 mil dólares. Collins e Sra. Heller designam Debi & Lóide para recrutarem mais alunos para a nova turma, o que acaba fazendo com que eles chamem a atenção da bela Jessica Matthews, eficiente repórter do jornal da escola, que suspeita de toda a operação.


Trailer de Debi & Lóide 2 - Quando Debi Conheceu Lóide (2003)


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

NOTA 10 EM CONFUSÃO

Às vezes me perguntam de onde eu tiro tanta coragem para assistir certas porcarias que existem por aí. Ou por que eu escolho essas porcarias. O problema é que eu justamente não escolho. Já faz anos que perdi a paciência de ficar frente a uma prateleira lendo sinopses, créditos, capas, e me decepcionar totalmente com aquilo que escolhi. Portanto, hoje em dia meu critério é não ter critério. Pego o primeiro que vejo na minha frente, desde que seja inédito para mim, e (acreditem) já encontrei grandes jóias desta forma!

Mas, obviamente, este não é o caso de Nota 10 em Confusão (senão nem começaria o post nesse tom de mea culpa). Esta verdadeira bosta jamais deveria ter saído do papel. Melhor, seus criadores deveriam ter seguido outro rumo na vida pois (pasmem!) ainda fizeram uma seqüência!!! Eu sei que esse tipo de comédia é fútil, tem roteiro raso etc etc etc. Mas é nesse caso que um bom elenco e, sobretudo, uma direção competente pode fazer toda a diferença (vide exemplos divertidos como "Porky's" e "American Pie").

Não há muito o que falar sobre esse filme, a não ser que perde feio para os piores elencos de "Malhação" e "Turma do Gueto" que já passaram na telinha. Nada se salva. Nem mesmo a possibilidade de pelo menos uma boa dose de sacanagem, tão esperada em comedinhas desse gênero. Não, esse filme não presta nem para o Cine Privé da Band. Em uma só palavra: FUJAM!!!

NOTA 10 EM CONFUSÃO
(Dorm Daze)

Lançamento: 2003 (EUA)
Direção: David Hillenbrand e Scott Hillenbrand
Elenco: Tony Denman, Courtney Gains, Jennifer Lyons, Cameron Richardson, Danielle Fishel, Edwin Hodge, Chris Owen, Patrick Renna, Randy Spelling, Boti Bliss, Marieh Delfino e Tatyana Ali
Gênero: Comédia

SINOPSE:
Às vésperas do Natal, em uma universidade dos Estados Unidos, um dos estudantes contrata uma prostituta, chamada Dominique, para que seu irmão perca a virgindade. Entretanto, outro aluno espera a chegada de uma estudante francesa, que mal fala inglês e que, como a prostituta, também se chama Dominique. É o bastante para uma série de enganos tomar conta do campus.


Trailer de Nota 10 em Confusão (2003)


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

AMADEUS

Medíocres de todos os cantos... eu os absolvo.

Com estas palavras, Peter Shaffer encerra sua visão de um medíocre Salieri, doente e apaixonado pela perfeição da criação divina que não pôde destruir: Wolfgang Amadeus Mozart.

Baseado na peça "Mozart & Salieri" do dramaturgo russo Alexander Pushkin, Shaffer alinhava com perfeição sua envolvente versão de uma lenda relacionada à suposta morte de Mozart por envenenamento. Muito se discute sobre isso, aliás, e a versão mais aceita atualmente por historiadores e estudiosos da música erudita é a de que Mozart tenha falecido por febre miliar aguda, sem quaisquer envolvimentos de "agentes externos". Porém, mesmo ficcional, a obra de Shaffer (também autor do excelente "Equus") é um verdadeiro tratado da inveja. E atinge grandiosidade e complexidade comparáveis às grandes tragédias shakesperianas, em especial "Otello": durante todo o filme Salieri me remeteu a Iago (talvez por ambos venerarem, de certa forma, seus antagonistas). A peça ganhou os palcos de Londres em 1979 e Nova York em 1981, arrebatando a maioria dos Tonys. Três anos depois, as mãos do genial Milos Forman são responsáveis por tornar Amadeus, talvez, uma das maiores obras de toda a história do cinema.

Cinematográfica e teatral ao mesmo tempo, a direção de Forman envolve o espectador durante os 160 minutos de espetáculo, com dois atos muito bem desenhados. A direção de arte e a fotografia transformam cada frame numa pintura sempre agradável de se ver. A trilha de Mozart, conduzida brilhantemente por John Strauss, realça cada capítulo do roteiro quase como um narrador paralelo. Em tempo, a versão para DVD traz um recurso que possibilita assistir o filme somente com a trilha sonora, sem texto. Pode ser uma boa experiência. Não sem antes, é claro, assistir o filme completo e apreciar a excelente interpretação de todo o elenco, em especial os protagonistas F. Murray Abraham e Tom Hulce, que concorreram entre si ao Oscar de Melhor Ator pelos papéis de Salieri e Mozart, respectivamente. Destaco também a hilariante participação de Jeffrey Jones (mais conhecido como o diretor rabugento de "Curtindo a Vida Adoidado") como o tapado Imperador Joseph II.

Todos estes elementos fazem de Amadeus (ou Amado de Deus, para total insatisfação de Salieri) uma obrigatória película para ser vista e ouvida por todos.

AMADEUS
(Amadeus)


Lançamento: 1984 (EUA)
Direção: Milos Forman
Elenco: F. Murray Abraham, Tom Hulce, Elizabeth Berridge, Simon Callow, Roy Dotrice, Christine Ebersole, Jeffrey Jones, Charles Kay e Kenny Baker
Gênero: Drama


SINOPSE:
Após tentar se suicidar, Salieri confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart e relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem irreverente mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus.




Trailer de Amadeus (1984)


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

UM HERÓI DE BRINQUEDO

O que esperar de uma comédia protagonizada por Arnold Schwarzenegger? A exemplo de "Irmãos Gêmeos", "Um Tira no Jardim de Infância" e "Junior", eu esperaria boas risadas. Mas isso não acontece em Um Herói de Brinquedo e o problema não é Schwarzenegger, que sozinho já é um equívoco. O problema está na ausência de suporte por um bom elenco coadjuvante (nos filmes anteriores temos Danny DeVito, Pamela Reed, Emma Thompson...) e também na ausência de contraponto entre Schwarzenegger e seu personagem. Ora, Schwarzenegger está longe de ser um ator razoável, saindo-se bem apenas em filmes de ação (por motivos óbvios). Mas já funcionou muito bem nas comédias acima, justamente por fazer um papel que, por si só, já seria bizarro para seu physique du role (um homem grávido, um professor de jardim de infância, o irmão gêmeo de Danny DeVito!...).

Porém, o personagem central de Um Herói de Brinquedo não tem nada de bizarro e é muito comum vermos por aí. É o batido pai-ausente-que-nunca-tem-tempo-para-o-filho, que já rolou muito bem com Robin Williams em "Hook", Jim Carrey em "O Mentiroso", e até mesmo Ben Stiller em "Uma Noite no Museu". Aliás, qualquer um desses três poderia fazer de Um Herói de Brinquedo um filme divertidíssimo e bizarro, nesse caso, pela grande crítica que esse roteiro faz ao consumismo natalino (abro parênteses aqui para destacar a participação de James Belushi, muito mal aproveitado por sinal, numa ponta como um Papai Noel membro de uma grande organização contrabandista de brinquedos).

Sim, o roteiro de Randy Kornfield é bom. Mas só pode ser apreciado se abstrairmos o péssimo elenco e as falhas da direção de Brian Levant, que parece não saber muito bem para que lado levar o filme, se para o público infanto-juvenil ou para o adulto. O resultado é uma comédia sem identidade que não agrada nenhuma das partes.

UM HERÓI DE BRINQUEDO
(Jingle all the Way)

Lançamento: 1996 (EUA)
Direção: Brian Levant
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Sinbad, Phil Hartman, Rita Wilson, Robert Conrad, Martin Mull, Jake Lloyd, James Belushi e E.J. de la Pena
Gênero: Comédia

SINOPSE:
Um homem de negócios chega atrasado na aula de caratê do seu filho, que recebeu a faixa azul. Para tentar compensar, ele promete ao menino que lhe dará qualquer coisa que ele peça no Natal. O garoto então pede o "Turbo Man", o brinquedo sensação do momento e sonho de todas as crianças. Acontece que já é véspera de Natal e o brinquedo está esgotado em todas as lojas. Ele então se propõe a cumprir a promessa, não importando o quanto isto lhe custe. Mas, além de se meter em uma série de complicações, ainda tem de ser mais esperto que um carteiro, que procura o mesmo brinquedo para presentear seu filho.


Trailer de Um Herói de Brinquedo (1996)


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

RAIN MAN

Lembro de ir muito aos cinemas do Conjunto Nacional quando eu era criança para assistir as bobagens que eu adorava (Trapalhões, Xuxa etc) e outros filmes que eu pudesse entrar. Aliás, bons tempos aqueles em que a Av. Paulista era lotada de cinemas. Se não me engano, só no Conjunto Nacional eram cinco salas. Enfim... Numa dessas vezes, saindo do Cine Astor onde eu tinha acabado de ver o hilariante "Irmãos Gêmeos", noto no cinema ao lado um cartaz parecido com o daquele filme que tinha acabado de ver. Quase convenci meu pai ou minha irmã (não lembro direito quem me levou naquele dia) a entrar para assistir. Ainda bem que não entrei! Não ia aproveitar um minuto sequer e, provavelmente, este filme ficaria nas minhas lembranças como um dos troços mais chatos que assisti na minha vida (isso aconteceu com "Nas Montanhas dos Gorilas" e até agora não me animei para tentar assistir novamente... rs).

Bem, o filme era Rain Man e acabo de assistir (finalmente). Realmente, não tinha idade nem conhecimento para apreciá-lo como ele deve ser apreciado. Esta pequena maravilha, escrita por Barry Morrow e Ronald Bass, e dirigida por Barry Levinson, não tem nenhum efeito especial.ou piadas engraçadíssimas que prenderiam a atenção de uma criança por mais de 5 minutos. Simples e despretenciosa, também não pretendia levantar a bandeira do autismo e discutir o seu tratamento em hospitais, embora o resultado final seja considerado uma das principais referências sobre o tema no cinema.

Rain Man é um road-movie sobre dois irmãos que não se conhecem (aparentemente). A pureza começa pelo título. Rain Man é como o personagem Charlie, quando criança, entendia e chamava pelo amigo imaginário (na verdade, irmão mais velho) Raymond. Vinte e tantos anos depois, Charlie, deserdado pelo pai recém-falecido, descobre que não tem direito a nada na herança, exceto por um carro velho e um canteiro de rosas. A fortuna (3 milhões de dólares!) fora deixada em testamento para outro herdeiro que ele nem imaginava quem pudesse ser, muito menos que fosse seu irmão mais velho (menos ainda que tivesse um irmão mais velho).

A partir daí uma interpretação superficial nos induziria claramente a escolher um mocinho (o ingênuo e puro autista) e um vilão (o fdp que nunca quis saber do pai e só quer saber da grana) para o filme. O fato é que não há vilão nem mocinho nesse filme. Pensando pelo ponto-de-vista de Charlie, ele teria todo o direito de questionar sua herança, apesar de esquecer totalmente da existência do pai. Afinal, nunca lhe disseram que tinha um irmão e este, herdeiro da fortuna, está sob a custódia de um psiquiatra amigo de seu pai. Qualquer um desconfiaria de uma situação dessas e faria o que ele fez. Aliás, o "resgate" que ele pede por seu irmão não seria digno de um "vilão que se transforma no decorrer do filme" (como dizem por aí). Ele pede o justo: metade do valor. Está falido e, nessa altura, todo centavo importa. Por outro lado, Raymond (o "mocinho") não tem a menor noção do valor do dinheiro e resiste a aproximar-se de Charlie a todo custo (depois se descobre o por quê). Nenhum personagem se "transforma" no decorrer do filme (continuo batendo nesta tecla, pois foi o que mais ouvi e li por aí a respeito de Rain Man). Eles apenas se descobrem ao longo da jornada rumo a L.A. E isto é o que há de mais belo nessa obra, delicadamente construída para realçar o laço afetivo mais valioso que nós temos: a família.

Representando o papel-título temos ninguém menos que Dustin Hoffman, talvez no principal trabalho de sua carreira (o que lhe rendeu seu segundo Oscar). Dele, aliás, veio a idéia de transformar Raymond num autista. No roteiro original, ele era apenas um homem feliz. Na réplica, o ainda "iniciante" Tom Cruise. Um pouco sem sal, talvez. Na verdade, eu sempre achei o Tom Cruise um pouco sem sal. Mesmo assim é, sem dúvida nenhuma, seu melhor trabalho. Provavelmente auxiliado por Hoffman que, numa detalhada e profunda construção de personagem, transforma a idéia superficial de Morrow numa história de vida.

RAIN MAN
(Rain Man)

Lançamento: 1988 (EUA)
Direção: Barry Levinson
Elenco: Dustin Hoffman, Tom Cruise, Valeria Golino, Gerald R. Molen, Jack Murdock, Michael D. Roberts, Ralph Seymour, Lucinda Jenney e Bonnie Hunt
Gênero: Drama

SINOPSE:
Um jovem yuppie fica sabendo que seu pai faleceu. Eles nunca se deram bem e não se viam há vários anos, mas ele vai ao enterro e quando vai cuidar do testamento fica sabendo que herdou um Buick 1949 e as roseiras premiadas do seu pai, sendo que um "beneficiário" tinha herdado três milhões de dólares. Fica curioso em saber quem herdou aquela fortuna e descobre que foi seu irmão, que ele desconhecia a existência. O irmão dele é autista, mas pode calcular problemas matemáticos complicados com grande velocidade e precisão. O yuppie seqüestra seu irmão autista da instituição onde ele está internado, pois planeja levá-lo para Los Angeles e exigir metade do dinheiro, nem que para isto tenha que ir aos tribunais. É durante uma viagem cheia de pequenos imprevistos que os dois se compreenderão mutuamente e entenderão o significado de serem irmãos.


Trailer de Rain Man (1988)


sábado, 11 de dezembro de 2010

BILLY ELLIOT

Uma obra-prima que merece ser vista por todos, artistas ou não, Billy Elliot mostra como o apoio familiar é essencial para o desenvolvimento de uma criança. É o filme de estréia de Stephen Daldry, grande diretor do teatro londrino, que soube aproveitar ao máximo o talento de cada um de seus atores. Este não é um "filme de diretor" (para aqueles que gostam de dizer que cinema é a arte do diretor). O elenco foi essencial para seu sucesso. Ninguém representava ali. Cada ator desse elenco sensacional parece realmente "viver" o personagem. Não se trata de "encarnar" ou "incorporar" o papel (isso é coisa para pai-de-santo, não para ator), mas de brincar. Essa é a verdadeira atuação: brincar de amar, de brigar, de dançar. E como esses atores brincam em cena! A melhor prova disso é o protagonista Jamie Bell. Selecionado entre mais de 2000 crianças, este garoto de 11 anos estréia como ator e coloca muito marmanjo veterano no chinelo. Tudo isso porque ele brinca de ser Billy. É claro, existe um talento quase inato (não acredito em "dom") para dança. Mas estou falando de interpretação. Vejam esta seqüência e me digam se esse garoto não devia pelo menos ter sido indicado a algum prêmio:



Aliás, boas seqüências como essa não faltam no filme, como a belíssima cena em que ele confronta seu pai com sua dança, convencendo-o que é ele quem escolhe seu futuro.

Em tempo, quem estiver planejando viajar para NY ou Londres não pode perder a versão teatral de Billy Elliot, com direção do mesmo Stephen Daldry, texto de Lee Hall (também responsável pelo roteiro do filme) e música e letras de ninguém menos que Sir Elton John.

BILLY ELLIOT
(Billy Elliot)

Lançamento: 2000 (Inglaterra)
Direção: Stephen Daldry
Elenco: Jamie Bell, Julie Walters, Gary Lewis, Nicola Blackwell, Jean Heywood, Jamie Draven e Stuart Wells
Gênero: Drama

SINOPSE:
Billy Elliot é um garoto de 11 anos que vive numa pequena cidade da Inglaterra, onde o principal meio de sustento são as minas da cidade. Obrigado pelo pai a treinar boxe, Billy fica fascinado com a magia do balé, ao qual tem contato através de aulas de dança clássica que são realizadas na mesma academia onde pratica boxe. Incentivado pela professora de balé, que vê em Billy um talento nato para a dança, ele resolve então pendurar as luvas de boxe e se dedicar de corpo e alma à dança, mesmo tendo que enfrentar a contrariedade de sua família.



Trailer de Billy Elliot (2000)


sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

OS GAROTOS PERDIDOS

Uma coisa que ainda não mencionei é que eu sou um verdadeiro cinéfilo de plantão. Desses que assistem no mínimo 1 filme por dia. Bom, pelo menos eu me policio para isso. É meu verdadeiro lazer, e quanto mais assisto mais aprendo. Mas não fui sempre assim e há muitos filmes dos anos 70/80 que eu nunca assisti por pura falta de oportunidade de encontrá-los em alguma sessão corujão da TV. O fato é que, aos poucos, vou tirando o atraso no DVD.

Os Garotos Perdidos é um exemplo clássico que me escapou durante esses anos todos e que assisti hoje (finalmente). Lançado em 1987, faz parte daquele grupo de filmes considerados cult, onde não cabe muito bem criticar detalhes técnicos de roteiro ou interpretação. É despretensioso e, por isso, divertido. Traz todos os bons elementos que um filme precisa ter para atingir o público teen: rostinhos conhecidos (a dupla Haim & Feldman estrelou várias comédias e aventuras da época), uma trilha sonora sensacional (destaque para "People are Strange" num cover gravado por Echo & The Bunnymen) e o mito que mais seduz os sonhos adolescentes em todos os tempos: o vampiro. Tudo isso costurado com maestria pelo excelente Joel Schumacher (sou fã) num ritmo alucinado de videoclip. Não classificaria como terror ou trash, como alguns classificam. Acho que esses termos correspondem mais a "A Hora do Espanto" ou "Matadores de Vampiras Lésbicas" (excelentes, por sinal). Os Garotos Perdidos é, na verdade, um bom filme de aventura indicado para todas as idades mesmo com sua dose de "terrir" que, hoje em dia, as crianças tiram de letra.

OS GAROTOS PERDIDOS
(The Lost Boys)


Lançamento: 1987 (EUA)
Direção: Joel Schumacher
Elenco: Jason Patric, Corey Haim, Dianne Wiest, Corey Feldman, Jamison Newlander, Kiefer Sutherland e Edward Herrmann
Gênero: Aventura

SINOPSE:
Lucy vai morar com Michael e Sam, seus filhos, em Santa Clara, uma cidade que tem muitos jovens desaparecidos. Logo os dois irmãos descobrem que uma gangue de motoqueiros está mais morta do que viva, pois estão se transformando em vampiros. Sam tem que trabalhar rápido, pois Michael está se apaixonando por Star, uma destas criaturas, e está gradualmente se tornando um deles.




Trailer de Os Garotos Perdidos (1987)


PERMITAM QUE EU SEJA FRANCO DESDE O INÍCIO

Aproveitando o gancho do post de apresentação, deixo aqui a fonte de onde tirei o trecho destacado. Trata-se da peça "The Libertine", de Stephen Jeffreys, que traduzi há alguns anos e pretendo montar futuramente. Esta peça londrina, que conta a história de John Wilmot (II Conde de Rochester), ficou mais famosa por sua versão cinematográfica estrelada por Johnny Depp. Eis o prólogo:

"Permitam que eu seja franco desde o início: não vão gostar de mim. Não, eu digo que não vão. Os cavalheiros sentirão inveja e as damas repulsa. Vocês não vão gostar de mim agora e vão gostar menos ainda à medida que prossigamos. Ah sim, eu farei coisas que vão gostar. Vocês dirão ‘Isso foi um nobre gesto seu’ ou ‘Ele demonstrou muita bravura naquele momento’, mas NÃO SE INTERESSEM POR MIM, não vai adiantar. Quando eu me tornar UM POUCO CATIVANTE, será o perigoso sinal que prefacia minha transformação NUM COMPLETO RÉPTIL poucos segundos depois. O que eu peço não é sua afeição mas sua atenção. Eu não devo ser ignorado ou vão me achar um fardo humano tão desagradável como qualquer bêbado do Tamisa. Agora. Senhoras. Um comunicado. Estou pronto para aquilo. O tempo todo. Isto não é uma gabolice. Ou uma opinião. É apenas uma constatação médica. Eu sou um libertino, sabe? E vocês assistirão minhas libertinagens e ansiarão por isso. Não anseiem. Isto causaria problemas e vocês ficarão mais seguras assistindo e tirando suas conclusões de uma distância maior da que estariam com meu membro apontando para suas anáguas. Cavalheiros. Não se desesperem. Estou pronto para aquilo também. Quando estou com ânimo. E vale a mesma advertência. Agora, senhores: se tiverem fantasias, jades, putas (assim como poderiam não ter), deixe-as de lado por um momento. Controlem suas ereções medíocres até que eu tenha dito tudo o que tenho pra dizer. Porém, mais tarde, quando vocês foderem – e mais tarde vocês vão foder, eu espero isso de vocês e saberei se me decepcionarem – eu desejo que fodam com minha imagem fetal chacoalhando em seus testículos. Sintam como isso foi para mim, como isso é para mim e ponderem. ‘Aquele tremor foi o mesmo tremor que ele sentiu? Ele conhecia algo mais profundo? Ou existe algum muro de miséria em que todos nós batemos com nossas cabeças naquele resplandecente e eterno momento.’ Isso é tudo. Esse é meu prólogo, nada rimado, certamente nenhuma declaração de modéstia. Vocês não esperavam por isso, eu sei. Eu reitero apenas para aqueles que chegaram atrasados ou estavam comprando laranjas ou simplesmente não estavam prestando atenção: eu sou John Wilmot, Segundo Conde de Rochester, e eu não quero que vocês gostem de mim."

Johnny Depp durante o prólogo de "The Libertine" (2004)

APRESENTAÇÃO

"Permitam que eu seja franco desde o início. Não vão gostar de mim."

Com estas frases retiradas do prólogo de "The Libertine", de Stephen Jeffreys, começo este blog. E garanto que essa escolha foi absolutamente natural. Quando comecei a pensar num post de apresentação, o trecho acima destacado simplesmente veio à minha mente.

Sou um artista. Atuo, dirijo e produzo cultura há quase 20 anos. E há quase 20 anos percebo a importância da crítica como feedback para qualquer trabalho artístico, e percebo também como ela pode ajudar a construir ou destruir carreiras e amizades. Por esta razão, sou um fake. Óbvio. Não quero comprometer bons relacionamentos que tenho postando aqui tudo que vier na minha cabeça. E também não quero me censurar para falar de arte, ou qualquer outro assunto. Assim como não quero que os leitores se sintam censurados para comentar. Este é um espaço para discussão livre e saudável.

Tudo que for dito aqui não deve ser interpretado como regra ou critério. Não se influenciem por elogios ou críticas a determinado assunto sem antes conhecê-lo, pois este é um blog de opiniões. Portanto, se houver algum post "acabando" com um filme ou espetáculo, não deixem de assistí-lo. A minha opinião pode muito bem ser diferente da sua.

Acima de tudo, este é um espaço que homenageia toda a produção artística e o contato dela com seu fiel e indispensável público. Afinal, não existe arte sem alguém para apreciá-la.

Bom divertimento!
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